O Brasil na corrida pela informação: o caminho da rotulagem na América Latina
A América Latina na corrida pela nova rotulagem
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), da Organização Mundial da Saúde nas Américas, recomenda que todos os países adotem o sistema de rotulagem já desenvolvido e vigente no Chile. Apesar do lento processo, outros países já aderiram a essa mudança: o Peru e o Uruguai. A importância além da saúde preventiva e de mais autonomia dos consumidores também é de reduzir danos, já que 5,2 milhões de mortes na América Latina ocorrem por doenças crônicas não transmissíveis.
Nos últimos cinco anos, visitei a América Latina para investigar o que estamos comendo e por quê. O problema que encontrei é que a comida tradicional – pratos caseiros feitos com ingredientes frescos – está sendo substituída por alimentos ultraprocessados que deliberadamente escondem informações;
produtos que, na melhor das hipóteses, não nos alimentam e, na pior das hipóteses, nos deixam doentes.
Em nossa região, enfrentamos uma grave crise de saúde derivada dessa transformação, impulsionada, em grande parte, pela indústria de alimentos e refrigerantes. É um punhado de empresas que, ao mesmo tempo em que expandiram seus mercados, têm exercido uma enorme influência sobre os governos locais para impedir regulamentações que buscam nos alertar sobre o que comemos.
Mas os regulamentos são urgentes: quase dois milhões de latino-americanos morrem a cada ano de doenças relacionadas à dieta. Apenas um exemplo: o consumo médio de açúcar na América Latina é mais de cinco vezes superior ao limite saudável (que para os adultos é de aproximadamente seis colheres de sopa por dia) recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é um dos os fatores que afetam a hipertensão, que causa 800.000 mortes por ano, e o diabetes tipo 2, que afetam cerca de 25 milhões de latino-americanos e custam aos sistemas de saúde um total de 65 milhões de dólares por ano.
Mas não é o que acontece atualmente na maioria dos supermercados da região. Cookies, sucos, refrigerantes, iogurtes, nuggets são exibidos nas prateleiras com embalagens que nos levam a confundir publicidade com informações. Nós escolhemos, compramos e comemos guiados pelo que está em destaque: as vitaminas que os produtos alegam ter, as mensagens atraentes e os personagens que nossos filhos amam. A informação, enquanto isso, é criptografada em pequenos rótulos que quase ninguém sabe ler.
Se os rótulos fossem claros e fixados na frente dos produtos, descobriríamos que a despensa da casa, as lancheiras das crianças e nossos corpos acabam diariamente cheios de ingredientes em excesso e aditivos químicos que agravam a epidemia de obesidade que a região sofre. É por isso que nós latino-americanos devemos lutar uma das batalhas mais importantes para a nossa saúde: exigir que nossos congressos legislem sobre a rotulagem de produtos comestíveis. É uma questão que deve ser tratada como uma prioridade de saúde pública.
A ausência de informações importantes e claras na frente desses produtos alimentícios não é acidental. Por trás dos rótulos, há uma história turbulenta em que os interesses das corporações abrangem os dos legisladores que adiam ou distorcem as leis em grande parte da América Latina.
Mas não no Chile. E é por isso que devemos seguir o exemplo dele.
Em 2016, uma aliança parlamentar de cientistas e ativistas teve sucesso após uma década de tentativas fracassadas de regular ultraprocessados. Nesse ano foi aprovada a Lei de Rotulagem de Alimentos, que consiste, entre outras medidas, na aplicação de selos pretos – octógonos que simulam sinais de trânsito – para alertar sobre o alto teor calórico ou de gorduras saturadas ou açúcares ou sais adicionados. A lei foi acompanhada por restrições de publicidade e redesenhos obrigatórios de embalagens para alimentos não saudáveis. O propósito? Torna-los menos atraentes para as crianças.
Tratava-se de uma legislação paradigmática que enfrentava a oposição ferrenha de uma indústria de milhões de dólares. Quatro anos depois, esses selos se tornaram um guia para o consumidor e começaram a mudar a cultura alimentar chilena. Estudos desse país mostram que quase 80% dos consumidores são afetados por sua decisão de compra quando mantimentos têm selos. E também fez com que 20% dos produtos vendidos no Chile fossem reformulados com menos substâncias com efeitos prejudiciais à saúde. Por exemplo, a Nestlé diminuiu a quantidade de açúcar em sua fórmula Milo e a Coca-Cola fez o mesmo com alguns de seus refrigerantes.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), da Organização Mundial da Saúde nas Américas, recomenda que todos os países adotem o sistema de rotulagem já desenvolvido e vigente no Chile. Apesar do lento processo, outros países já aderiram a essa mudança: o Peru e o Uruguai. A importância além da saúde preventiva e de mais autonomia dos consumidores também é de reduzir danos, já que 5,2 milhões de mortes na América Latina ocorrem por doenças crônicas não transmissíveis.
A indústria de alimentos não está disposta a continuar arriscando seus negócios. Argentina, Colômbia e México têm cenários semelhantes. Com estratégias de lobby, as marcas conseguiram convencer os políticos e legisladores a não alterar os regulamentos de rotulagem ou a incorporar um rótulo menos claro.
É o que acontece no México com a atual rotulagem nutricional, o GDA (Guideline Daily Amount): um rótulo interpretativo, quase invisível, imposto mesmo que todos os estudos antes e depois de sua aprovação mostrassem que era difícil de entender, mesmo para estudantes de nutrição. “Com esta rotulagem, um consumidor pode acreditar que comer duas maçãs é o mesmo que beber um refrigerante porque o açúcar adicionado e o intrínseco da comida são os mesmos”, disse Alejandro Calvillo, diretor da El Poder del Consumidor, em várias declarações à imprensa, uma associação civil dedicada à defesa dos direitos do consumidor no México. E repetiu o exemplo no início de maio deste ano, quando a organização perdeu a defesa que havia entrado em defesa do acesso à informação.
Na Colômbia, a iniciativa de alertar os consumidores sobre o que estão prestes a comprar também não parece prosperar. O projeto de lei que alguns parlamentares e a sociedade civil tentaram avançar em 2017 e propuseram aplicar a rotulagem chilena no país, o projeto passou por duas sessões legislativas em 2018 nas quais, em vez de aprová-lo, transformaram a proposta no mesmo GDA mexicano. A sociedade civil apresentou imediatamente outro projeto com a proposta anterior, que deveria ser debatido esta semana, mas depois de adiar a sessão, os congressistas arquivaram o caso.
Na Argentina, o Ministério da Saúde inclinou-se publicamente a adotar uma rotulagem de advertências como a chilena, mas a Secretaria do Agronegócio posicionou-se a favor de um sistema de cores da GDA. Nesta semana, em reunião com representantes da sociedade civil, a equipe técnica do Ministério da Saúde confirmou essa possibilidade: o modelo que está sendo avaliado é um GDA ao qual seriam adicionadas marcas vermelhas para indicar que há excesso de ingredientes.
Os argumentos que costumam ser usados para impedir a aplicação de selos pretos vão desde uma possível perda de empregos que causariam o declínio no consumo de alimentos, até as complicações de trocar as embalagens por exportações. São conclusões sem provas, mas efetivamente manipuladas por lobistas e representantes de câmaras de negócios que buscam estabelecer uma rotulagem anacrônica e ineficaz como a GDA em todas as suas versões. E eles estão conseguindo isso.
Em meio a esses conflitos de interesse, nós, os consumidores, somos os que adotam uma cultura alimentar distorcida por produtos comestíveis que são bons para vender e ruins para comer. Há muito o que fazer. Mas o primeiro passo decisivo será distinguir o que nos fere de forma clara e verdadeira, com uma simples rotulagem, como a do Chile. A informação é um direito e devemos exercê-lo para reivindicar o próximo: alimentação adequada.
“Aqui há uma guerra”, disse Carlos Monteiro, pesquisador da Universidade de São Paulo: “De um lado está a indústria que oferece substitutos alimentares e, de outro, um movimento em defesa da comida real”. Esta é uma das cruzadas vitais do nosso tempo.
Fonte: Soledad Barruti | NYTIMES
Imagem: Mark Wang
Tradução: Rebrae
Diplomado de Educação Alimentar e Nutricional é uma parceria entre FNDE e FAO
Curso também envolve a participação de Honduras, Peru, República Dominicana e Brasil
Ocorreu nesta semana, em El Salvador, o primeiro diplomado de Educação Alimentar e Nutricional, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O curso é uma iniciativa das instituições para fortalecer as ações de boas práticas de alimentação escolar na América Latina e Caribe.
O primeiro encontro ocorreu na quarta-feira, 28, quando tutores de El Salvador já capacitados pelo FNDE e pela FAO reuniram-se com os participantes do curso no país. A mesma estratégia será replicada em Honduras, Peru e República Dominicana. As aulas serão divididas em encontros presenciais e on-line.
No Brasil, o encontro aconteceu com a presença da diretora de Ações Educacionais do FNDE, Karine Santos, e a consultora internacional da FAO Brasil para fortalecimento de Programas de Alimentação Escolar Sustentável na América Latina e o Caribe (ALC), Najla Veloso, que vem articulando essas ações em concordância com o FNDE.
De acordo com a Diretora, Karine Santos, que esteve presente no evento de El Salvador, o curso foi planejado para que os participantes possam estagiar em qualquer lugar em que possam trabalhar com alimentação escolar e não somente em instituições de ensino. “Dessa forma poderão analisar, intervir e propor ações orientadas e que tenham enfoque na Educação Alimentar e Nutricional”, disse a diretora.
Em visita a uma escola da região, Karine destacou a importância da troca de experiências entre as nações. “Quando nos percebemos como parte de um todo, que está muito além de qualquer fronteira geográfica, entendemos que temos os mesmos desafios, as mesmas lutas, as mesmas inquietações e, principalmente, os mesmos direitos. Nosso trabalho é a tradução de possibilidade em realidade. O que nos move é saber que a política de alimentação escolar é estruturante, intersetorial, que promove compras locais, e é capaz de desenvolver hábitos saudáveis no ambiente escolar não só no Brasil”, ressaltou.
Fonte: FNDE
CECANE UFV torna público edital para seleção de agente do PNAE
O Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar da Universidade Federal de Viçosa- CECANE UFV, no uso de suas atribuições, com fim de selecionar empregado para desenvolvimento de atividades técnicas desenvolvidas pelo CECANE UFV para atuação em Brasília, promove Processo Seletivo Simplificado. Confira as informações gerais do edital:
- CARGO: Agente do PNAE
- NÚMERO DE VAGAS: 1 (uma)
- REGIME DE TRABALHO: 40 horas semanais
- REMUNERAÇÃO BRUTA: R$ 4.962,00
- PERÍODO: Setembro a dezembro de 2019.
As inscrições:até o dia 08/09/2019, para o endereço eletrônico mcfonoli@ufv.br (exclusivamente). O currículo deverá ser enviado em formato PDF, com mensagem sob o título: “Edital de Seleção Simplificada CECANE UFV Currículo”.
Fonte: REBRAE
O CECANE-UFPI abre seleção para atuação em Agricultura Familiar no PNAE
Chamada Pública nº 03/2019: Processo Seletivo para Apoio Técnico, Acadêmico e Operacional no fomento da Agricultura Familiar para o PNAE no CECANE-UFPI
O Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar da Universidade Federal do Piauí (CECANE-UFPI) torna público o processo de seleção para compor sua equipe de trabalho para o ano de 2019, para apoio do Projeto de Consolidação da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional com ênfase no tema Agricultura Familiar.
- Período das inscrições: entre os dias 29 de agosto à 06 de setembro de 2019.
- As inscrições serão realizadas exclusivamente pela internet, pelo endereço eletrônico cecaneufpi@gmail.com
- Procedimento para inscrição: enviar ficha de inscrição (Anexo I) para cecaneufpi@gmail.com;
IMPORTANTE: todas as informações sobre o processo seletivo constam o edital da chamada pública, antes de realizar a inscrição leia as instruções e condições para concorrer a vaga.
Clique aqui para acessar o edtial
FONTE: REBRAE
FNDE entrega Cartão PNAE para escolas municipais de Goiânia
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) entregou cartões do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) a gestores de escolas municipais de Goiânia (GO), nesta sexta-feira, 23, na capital goiana.
Criado para facilitar as compras para a alimentação escolar por meio do programa federal, o Cartão PNAE já foi implementado em escolas estaduais da Bahia e de São Paulo, e agora é a primeira vez que uma rede de ensino municipal participa da estratégia.
“Os recursos do PNAE vão para estados e municípios, mas os entes federativos podem repassar parte dos valores para as unidades escolares fazerem a execução. Com o cartão em mãos, os diretores efetuam os pagamentos referentes à alimentação escolar diretamente em máquinas, o que contribui para um melhor controle sobre o uso desses recursos e mais transparência”, afirma a diretora de Ações Educacionais do FNDE, Karine Silva dos Santos.
Ao todo, foram entregues 371 cartões nesta sexta-feira a diretores de escolas de Goiânia, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. Também participaram da cerimônia o prefeito de Goiânia, Iris Rezende; o secretário municipal de Educação, Marcelo Costa; o superintendente estadual do Banco do Brasil, Felipe Zanella; a presidente do Conselho de Alimentação Escolar de Goiânia, Kátia Regina Reis; entre outras autoridades.
Segundo a diretora Karine Santos, as secretarias estaduais de Educação de Pernambuco e do Rio Grande do Sul serão as próximas beneficiadas com o Cartão PNAE.
Repasses – Os recursos do PNAE são liberados em dez parcelas, de forma a cobrir os 200 dias do ano letivo da educação básica. As secretarias da educação, responsáveis pelas redes de ensino, recebem os valores e operam a alimentação escolar. São atendidos pelo programa os alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas, filantrópicas e em entidades comunitárias (conveniadas com o poder público).
O programa está presente nos 5.570 municípios brasileiros, atendendo, de forma universal, a mais de 40 milhões de alunos, em cerca de 150 mil escolas, incluindo as indígenas, quilombolas e as filantrópicas/comunitárias conveniadas com o poder público. Por meio do PNAE, são servidas mais de 50 milhões de refeições diárias, totalizando mais de 10 bilhões de refeições por ano. Os recursos federais, de caráter suplementar, devem atingir em 2019 mais de R$ 4 bilhões.
Fonte: FNDE
A importância da regulação do ambiente alimentar escolar no Brasil
Alimentação saudável nas escolas: bem mais que uma escolha individual
O que comer ou não comer é uma questão antiga entre pais e filhos. Recentemente, o debate foi ampliado para o papel das escolas na alimentação das crianças e adolescentes.
Uma dúvida que pode surgir é: será que limitar a oferta de alimentos não saudáveis nas escolas é dever do estado ou deveria ser um direito de escolha dos pais, estudantes e da comunidade escolar?
Para responder à pergunta, vamos contextualizar alguns fatos. Na década de 1990, um importante pesquisador da área de nutrição populacional foi pioneiro no estudo sobre a influência do ambiente como um dos fatores relacionados à obesidade. Segundo ele, o acesso facilitado aos estabelecimentos de venda de alimentos não saudáveis pode interferir no aumento da ingestão calórica, o que caracterizaria este ambiente alimentar como obesogênico.
Será que isso faz sentido nas escolas? Pensemos em alguns números: crianças e adolescentes permanecem por um longo período do dia, e cerca de 200 dias do ano, nas escolas. Em geral, consomem de uma a duas refeições durante o horário escolar, o que corresponde de 30 a 50% de sua ingestão alimentar diária. Assim, a qualidade dos alimentos disponíveis pode influenciar de maneira significativa na saúde das crianças e adolescentes.
O ambiente alimentar das escolas também tem sido apontado como um importante fator que influencia os altos índices de excesso de peso (uma em cada três crianças) em função da disponibilidade e do acesso ao que é comercializado nas cantinas e lanchonetes. Estudos nacionais apontam que a maioria dos lanches vendidos nesses locais apresenta baixo teor de nutrientes benéficos à saúde e alto teor de açúcar, gordura e sódio.
Outra informação relevante é que a má nutrição em todas as suas formas, incluindo a obesidade e a desnutrição é, de longe, a principal causa (19%) de mortes prematuras no mundo todo. Além disso, um importante fator que contribui para o aumento do peso da população mais jovem é justamente o consumo dos alimentos com excesso de açúcar, gordura e sódio, conhecidos como produtos ultraprocessados .
Mais uma importante justificativa para responder sobre a necessidade de regulamentar o ambiente alimentar escolar é o fato de que os principais sistemas alimentares atuais não são favoráveis à saúde, mas sim aos lucros das grandes corporações do setor, especialmente fabricantes de produtos ultraprocessados. Entretanto, lobby pesado e outras estratégias, como a tentativa de influenciar a opinião pública, são usados por empresas de alimentação e bebidas para garantir que seus interesses comerciais prevaleçam, em detrimento de políticas públicas promotoras da alimentação adequada e saudável.
O apoio para a decisão de regulamentar o ambiente alimentar escolar vem da OMS (Organização Mundial da Saúde) e de outras entidades nacionais e internacionais, que incentivam os países a implementar esforços para modificar os ambientes que hoje estão aumentando a chance de obesidade em nossas crianças. Como exemplo, em 2016, o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra iniciou um projeto para a criação de zonas livres de produtos ultraprocessados dentro e ao redor das escolas de Londres. Ações similares são observadas nas escolas da Austrália, França, Chile, México, Costa Rica e até mesmo dos Estados Unidos. No Brasil, poucos estados e cidades seguem essa tendência mundial.
Diante desses fatos, as ações de educação alimentar e nutricional de forma isolada não são suficientes para o enfrentamento da obesidade infantil. Além disso, alimentação saudável não é simplesmente uma questão de escolha individual. Trata-se de um direito garantido pela nossa Constituição Federal e também é obrigação do Estado – tanto em âmbito federal, quanto estadual e municipal. Este direito humano, fundamental e social está previsto nos artigos 6º e 227º da Constituição, definido pela Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, bem como no artigo 11 do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e outros instrumentos jurídicos internacionais.
Para garantir esse direito, é essencial desenvolver e apoiar legislações que proíbam a comercialização de alimentos e bebidas não saudáveis e promovam um ambiente alimentar escolar saudável de modo a contribuir para o pleno desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes.
* Professoras do Departamento de Nutrição da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Fonte: Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável
Encontro Técnico de Nutricionistas do PNAE da Região Nordeste
Prezados Nutricionistas!
Nos dias 8 e 9 de outubro de 2019 o FNDE realizará o Encontro Técnico de Nutricionistas do Programa Nacional de Alimentação Escolar da Região Nordeste, em Salvador/BA.
O objetivo do evento é apresentar as novidades, atualizações e informações técnicas e práticas sobre a execução das ações de alimentação e nutrição do PNAE, em um espaço de diálogo e de troca de experiências, com ênfase em:
1. Cardápios: aspectos qualitativos.
2. Cardápios: aspectos quantitativos e fichas técnicas.
3. Cardápios para Educação Infantil.
4. Guias Alimentares do Ministério da Saúde
As inscrições devem ser realizadas no link: https://forms.gle/UHnUxqdKMGBTVRZ4A
Todos os presentes receberão certificado de participação pelo encontro técnico, com carga horária de 16 horas, emitidos pelo FNDE. Cabe mencionar que as inscrições serão aprovadas após análise de cadastro que confirmará vínculo de responsabilidade técnica ou quadro técnico do PNAE e ocorrerá após recebimento de e-mail da área responsável.
Vale destacar que o FNDE não arcará com nenhum custo de diárias ou deslocamentos.
Para demais informações, nos colocamos a disposição pelos seguintes contatos: eventoscosan@fnde.gov.br Atenciosamente, COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL – COSAN Coordenação Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar – CGPAE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE cosan@fnde.gov.br
Fonte: FNDE
CECANE/UFPI promove encontro e firma parceria para o avanço da agricultura familiar no PNAE
CECANE/UFPI REALIZA ENCONTROS COM ATORES DO PNAE E ESTABELECE PARCERIAS COM ORGÃOS ESTADUAIS PARA ASSESSORIA AO PROGRAMA
O Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar (CECANE-UFPI) realizou no dia 31 de julho de 2019 oficina com o objetivo de estabelecer parcerias para ampliação e/ou aquisição de produtos da Agricultura Familiar em territórios piauienses, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Durante a oficina foi proposto um Plano de Trabalho para a realização de Oficinas Regionais no Estado para o levantamento da demanda da alimentação escolar e da produção da Agricultura Familiar visando a boa execução do PNAE.
O Evento ocorreu na Universidade Federal do Piauí, Departamento de Nutrição, e contou com presença de representações das Entidades Parceiras: Secretaria de Planejamento do Estado do Piauí – SEPLAN, Secretaria de Fazenda do Piauí – SEFAZ-PI, Secretaria de Agricultura Familiar – SEAF, Agência de Defesa Agropecuária do Piauí – ADAPI, Instituto de Assistência Técnica e Extensão rural do Piauí – EMATER, Vigilância Sanitária, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE e equipe do CECANE-UFPI.
Na quarta-feira, dia 14 de agosto, o CECANE junto com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) realizou o I Encontro Regional para Conselheiros de Alimentação Escolar, no departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, com o objetivo de orientar os conselheiros de Alimentação Escolar (CAEs), quanto ao exercício da função de fiscalização e acompanhamento da aplicação dos recursos oriundos do FNDE para o PNAE.
O encontro contou com a presença de representantes parceiros: Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI), Controladoria Geral da União (CGU), Presidente do Conselho de Alimentação Escolar da SEDUC, Conselho Regional de Nutricionistas da Região Nordeste (CRN6).
Durante a programação foram realizadas palestras que abordaram questões relacionadas à alimentação escolar, como Participação Social na Garantia de Direitos, ministrado pela Professora Norma Sueli Alberto (FIAN/ALIANÇA/GPSSAN); Reflexões sobre o papel do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), pela Professora Drª Marize Santos (coordenadora do CECANE); Participação social no PNAE e o processo de prestação de contas, além de oficinas sobre avaliação de cardápios, de elaboração de um plano de ação e regimento interno, desenvolvidas por Fátima Menezes e Maria Júlia Amista ambas representantes do FNDE.
FONTE: CECANE/UFPI
Volta às aulas com alimentação saudável e mais energia!
Com o fim das férias, muitos pais ficam na dúvida de como incluir alimentos saudáveis no lanche escolar dos filhos.
Biscoitos, salgadinhos, doces, suco de caixinha são itens comuns na alimentação das crianças, principalmente, nas refeições na escola. Esses alimentos, aparentemente inofensivos, escondem riscos à saúde dos pequenos. O consumo excessivo pode causar problemas graves, principalmente na ocorrência de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), como obesidade, diabetes, hipertensão, câncer e agravos cardiovasculares.
Às vezes, na pressa, pode acontecer de pais ou responsáveis orientarem a criança comprar o lanche na hora do intervalo na cantina da escola, que nem sempre oferece opções saudáveis. Com pequenas mudanças na rotina, é possível seguir uma alimentação equilibrada que refletirá na nutrição da criança e da família.
A Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) orienta que uma alimentação saudável é importante para o desenvolvimento e crescimento da criança. A pediatra Virna Silva, do Hospital Infantil Alberto Sabian (Hias), unidade da Sesa, chama atenção para os reflexos de uma alimentação inadequada na primeira infância.
“Durante os primeiros anos de vida da criança, uma má alimentação gera aumento de peso, taxas inflamatórias no sangue, inclusive, diabetes e outras doenças. Muitas vezes a criança está com o peso normal, mas em termo de nutrientes não está suprida. Caso não se alimente adequadamente terá deficiência de vitaminas, terá menor concentração, cansaço, alteração do metabolismo, entre outros problemas de saúde”, aponta Virna Silva.
Planejamento do cardápio
“É fundamental uma boa alimentação devido a criança estar numa fase de intenso crescimento, desenvolvimento neurológico e cerebral. Hoje, com o ritmo de trabalho dos pais, se encontra pouco tempo para cuidar da alimentação dos filhos. Em geral acaba-se procurando lanches rápidos e que geralmente são industrializados e ricos em gorduras, conservantes, muito sal, que não fazem bem a saúde“, reforça a pediatra.
A orientação é tentar organizar um cardápio equilibrado para as crianças e para toda a família. Um dos incentivos para uma lancheira saudável é os pais realizarem o planejamento semanal das refeições com as crianças. Os adultos devem levar em conta a necessidade de alimentos que sejam fontes de energia, rico em fibras, que aumentam a saciedade da criança, como sanduíches naturais, pães integrais, frutas da estação, entre outros. Rochele Riquet, nutricionista do Centro de Saúde Meireles, unidade da Sesa, também orienta que, no período de volta às aulas, pais e cuidadores priorizem alimentos ricos em fontes de energia, frutas e preparações caseiras. Ela orienta os pais a reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, açucarados e com adição de corantes, como balas, chicletes, salgadinhos e sucos instantâneos ou de caixinhas.
Alimentos in natura
Além disso, pode-se optar, preferencialmente, por alimentos regionais e produtos básicos, in natura ou minimamente processados. As frutas devem estar entre as principais opções, já que são excelentes fontes de vitaminas e minerais. Os legumes e verduras, também, podem ser adicionados à lancheira escolar de forma divertida com variedade de cores e sabores como tomate, cenoura e beterraba, entre outros, tornando esse processo de escolha divertido para a criança. Prefira frutas, verduras e legumes da estação para compor a lancheira dos pequenos.
Para a bebida, a água não pode faltar, mas também podem entrar na lancheira suco natural da fruta e água de coco, evitando-se o consumo de sucos em pó ou de caixinha, entre outras bebidas ricas em açúcar e aditivos como corantes e conservantes. É importante lembrar que para evitar que os alimentos estraguem deve-se usar uma lancheira e garrafa térmica, que conserve a temperatura adequada no transporte dos alimentos.
Sugestões nutritivas na lancheira
Frutas: maçã, banana, laranja, pera, melão, melancia e frutas da estação.
Lanches: pão de queijo, bolo caseiro, milho, sanduíche de patê caseiro, pipoca ou castanhas.
Bebidas: suco natural da fruta, iogurte integral, água de coco.
Pães: pão de forma integral, pão de batata, pãozinho de leite.
Recheios: patê caseiro de frango ou de queijo.
Verduras: alface, rodelas de tomate, repolho roxo picado fininho, cenoura ou beterraba ralada.
Quantidade adequada de alimentos
A recomendação é que a quantidade de alimentos na lancheira seja apropriada à necessidade da criança com porções adequadas conforme a idade. Além disso, o controle do peso é outra forma eficiente para saber se a quantidade consumida está devida. A variedade de cores e sabores torna o processo de escolha divertido para os pequenos, daí a importância de envolvê-los nessa atividade sugerindo opções saudáveis.
Rochele Riquet destaca inserir as crianças em cada fase, desde o processo de compra, escolha e preparação dos alimentos que levarão na lancheira.”Longe de ser apenas uma obrigação, os lanches precisam também de variedade, e se possível, serem uma diversão para os pequenos. A dica é chamar a criança para ajudar a decidir o que vão comer, elas gostam de participar, e isso também ensina a desenvolver autonomia e a equilibrar sua alimentação“, explica.
A nutricionista orienta ainda que os pais tornem os alimentos divertidos e façam palitinhos de frutas, comprem utensílios como boleadores ou cortadores de pães e usem a criatividade para tornar mais lúdico o momento do lanche.“Produtos ultraprocessados contribuem com uma elevada densidade energética, possuem menor quantidade de fibras, vitaminas e minerais, excesso de gorduras, açúcar e sódio. Eles são prejudiciais à saúde”, destaca.
FONTE: GOVERNO DO CEARÁ