CECANE UFRN realiza Formação para membros do Conselho de Alimentação Escolar – CAE/PNAE

No dia 03 de maio de 2018 foi realizada uma Formação para membros do Conselho de Alimentação Escolar – CAE do Programa Nacional de Alimentação escolar -PNAE no município de Currais Novos/RN correspondendo à primeira etapa de execução do produto Formação para membros do Conselho de Alimentação Escolar – CAE do CECANE UFRN para o ano de 2018.

 A Nutricionista Assistente do CECANE UFRN Sankya Silva Saraiva e a Agente/Contadora do PNAE do CECANE UFRN Joana Barbosa da Silva ministraram a capacitação. Participaram das atividades 50 membros do CAE de 19 municípios: Monte das Gameleiras, Tenente Laurentino Cruz, Caicó, Florânia, Equador, Cruzeta, Currais Novos, Tangará, Santa Cruz, Ouro Branco, Ipueira, São Bento do Trairi, Japi, Jaçanã, São José do Seridó, Campo Redondo, Jardim do Seridó, Serra Negra do Norte e Lajes Pintadas.

 

O evento foi bastante proveitoso e os conselheiros puderam sanar dúvidas sobre as suas atribuições no CAE. Na finalização do evento houve a entrega da Cartilha elaborada pelo FNDE/TCU para Conselheiros, além da entrega dos certificados aos participantes.

 

Fonte: CECANE UFRN

CECANE-UFRGS realiza atividade com frutos nativos do Rio Grande do Sul durante a Semana dos Alimentos Orgânicos

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A atividade Frutos Nativos do RS: conversa e degustação na feira ecológica ocorreu no dia 30 de maio de 2018 às 15h na Feira Agroecológica do Pátio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Menino Deus, Porto Alegre – RS). O evento foi realizado pelo Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Escolar (CECANE – UFRGS) em conjunto com o Programa de Extensão e Pesquisa em Saúde Urbana, Ambiente e Desigualdades (UFRGS) e o projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN), como parte da programação da Semana dos Alimentos Orgânicos 2018: Produto Orgânico, Melhor para a Vida, organizada pela Comissão da Produção Orgânica do Rio Grande do Sul (CPOrg-RS) entre os dias 28 de maio e 05 de junho de 2018.O evento consistiu na mostra e degustação de duas preparações com frutos nativos da Região Sul do Brasil, o arroz doce de butiá e a farofa de pinhão, elaboradas pelas agentes do CECANE – UFRGS no laboratório de técnica dietética do curso de Nutrição na Faculdade de Medicina da UFRGS. Para a mostra, uma mesa foi disposta no centro da feira, com livros sobre a temática (Alimentos Regionais Brasileiros – 2ª edição, do Ministério da Saúde; Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial: Plantas para o Futuro – Região Sul, do Ministério do Meio Ambiente; e Boas Práticas de Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar), além de folders divulgando a Semana dos Alimentos Orgânicos. Sobre a mesa também estavam as duas preparações a serem degustadas, bem como suas respectivas receitas impressas, distribuídas ao público interessado.

À medida que as pessoas se aproximavam da banca, eram apresentadas as duas preparações, uma pequena explanação sobre os frutos nativos do Rio Grande do Sul em conversa, com troca de receitas e informações também sobre a Semana e instituições envolvidas. A finalidade da atividade foi apresentar receitas costumeiras   enriquecidas com a inclusão de frutos nativos e agroecológicos como ingredientes, incentivando o consumo de alimentos regionais e orgânicos. O evento descrito alcançou um público de mais de 100 pessoas e as preparações apresentaram uma ótima aceitação.

 

Arroz doce com butiá

 

500g de arroz parboilizado

1 kg de açúcar cristal

1 litro de leite integral

500g de butiá

5 cravos da índia

 

Modo de fazer

 

Arroz:

Cozinhar o arroz com 2 litros de água, 500g de açúcar e o cravo até que esteja macio e com pouco líquido. Acrescentar o leite e deixar ferver por mais 15 minutos, desligar e reservar.

Butiá:

Retirar o caroço dos butiás e ferver em uma panela com 500g de açúcar até que fique cremoso (aproximadamente 15 min). Passar o doce de butiá em um processador até que vire um creme (Opcional! Pode-se deixar com os pedaços).

 

Para finalizar, esperar o arroz esfriar até ficar morno e misturar o doce de butiá.

 

Farofa de pinhão

 

1 cebola média

3 colher de sopa de azeite de oliva

1 molho de tempero verde

3 xícaras de pinhão cozido e triturado

1 xícara de farinha de mandioca torrada

1 colher de chá de cúrcuma em pó

1 colher de chá de sal marinho

 

Modo de fazer

 

Fritar a cebola em cubos pequenos no azeite até que esteja transparente. Acrescentar o pinhão e refogar por alguns minutos.  Acrescentar a farinha de mandioca torrada e o tempero verde, misturar por 1 minuto e desligar o fogo.

 

Equipe CECANE UFRGS que participou da visita:

 

Coordenadora de Gestão  – Profa Dra  Luciana Dias de Oliveira

 

Coordenadora Adjunta – Profa Dra Vanuska Lima da Silva

 

Agentes do PNAE – Amália Leonel e Gabriela Bratkowski (Nutricionistas)

Acadêmicas – Vanessa Magnus e Angélica Reis (Nutrição – UFRGS)

 

Confira fotos do evento:

 
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Fonte: CECANE UFRGS 

 

FNDE promove 5º Encontro de CECANEs

Evento acontecerá em Brasília, entre os dias 19 e 21 de junho

 

Estão abertas as inscrições para o V Encontro dos Centros Colaboradores em Alimentação e Nutrição Escolar (CECANEs), que acontecerá de 19 a 21 de junho, no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Serão disponibilizadas três vagas para cada Secretaria Estadual de Educação, dando preferência para um nutricionista responsável técnico, um conselheiro estadual de alimentação escolar e o responsável pelo setor de execução da alimentação escolar no estado.

 

“Esta é uma oportunidade de trocar experiências e conhecimentos técnicos relacionados à gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)”, esclarece Sineide Neres, assessora da Coordenação-Geral do PNAE, lembrando que a participação de todos os CECANEs é importante, visto que estes centros atuam diretamente na capacitação de nutricionistas, gestores, profissionais da educação, merendeiras, conselheiros de alimentação escolar e outros atores envolvidos com o PNAE.

 

As inscrições são gratuitas e vão até o dia 13 de junho.  Para se cadastrar, os interessados deverão enviar um e-mail para dapae@fnde.gov.br. É importante destacar que as despesas de locomoção, alimentação e hospedagem são de responsabilidade do participante e/ou das Entidades Executoras.

Fonte: FNDE

CECANE UFPI realiza Curso de Formação para atores do PNAE

Teve início no dia 19/05/2018 o Curso de Formação para atores do PNAE (nutricionistas, gestores e presidentes de Conselhos de Alimentação Escolar–CAE), realizado pelo Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar CECANE UFPI como parte das atividades de ensino propostas pelo Projeto “Estudo de práticas de vida saudável com estudantes de ensino fundamental e médio na perspectiva da promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional”. O projeto é credenciado pelo CNPq, por meio da Chamada CNPq/MCTIC Nº 016/2016 e conta com parcerias da Universidade Federal do Ceará- UFC, Universidad Nacional de Catamarca (UNCA)-Argentina-Catamarca, dentre outras.

O curso (40 h) foi estruturado em quatro encontros (oficinas) e a abertura ocorreu no Auditório do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí, com a Coordenadora e Subcoordenadora do CECANE-UFPI Profª. Dra. Marize Melo dos Santos e Profª. Dra. Cecília Maria Resende de Carvalho e contou com a presença do Profº. Dr. José Arimatea Barros Bezerra – UFC, que conduziu a Oficina 1, no turno da manhã, com a temática: Ciências Humanas e Educação Alimentar e Nutricional. O curso contou com o envolvimento de Agentes do PNAE (CECANE-UFPI), como instrutores, mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição-UFPI. As temáticas abordadas pelos curso foram; Ciências Humanas e Educação Alimentar e Nutricional; Competências e atribuições dos Conselheiros de Alimentação Escolar, e nutricionistas na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, Círculo de diálogo sobre o PNAE: vivências no cotidiano do trabalho Abertura: Alimentação Saudável na Escola.

 

Equipe participante:

Luiza Marly Freitas de Carvalho (PPGAN)

Sarah de Melo Rocha (PPGAN-UFPI)

Layonne de Sousa Carvalho (PPGAN-UFPI)

Elizabete Maciel de Sousa Cardoso (CECANE-UFPI)

Amália de Jesus Moura Sinimbu (CECANE-UFPI)

Elaine Carvalho de Morais (CECANE-UFPI)

Waldimir Ferreira da Silva Filho (CECANE-UFPI)

Victor Alves de Oliveira (CECANE-UFPI)

Ennya Cristina Pereira dos Santos Duarte (CECANE-UFPI)

Confira algumas fotos do Curso:

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CECANE-UFRN realiza Formação para membros do Conselho de Alimentação Escolar – CAE/PNAE

No dia dia 27 de março de 2018 foi realizada uma Formação para membros do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) do Programa Nacional de Alimentação escolar (PNAE) no município de Pau dos Ferros/RN correspondendo à primeira etapa de execução do produto Formação para membros do CAE do CECANE/UFRN para o ano de 2018.

 

A Nutricionista Assistente do CECANE/UFRN, Sankya Silva Saraiva, e a Agente/Contadora do PNAE do CECANE/UFRN, Joana Barbosa da Silva, ministraram a capacitação, a qual contou com a participação do membro do Tribunal de Contas da União/RN. Participaram das atividades 42 membros do CAE de 18 municípios: Pau dos Ferros, Frutuoso Gomes, São Francisco do Oeste, Riacho da Cruz, Rodolfo Fernandes, Marcelino Vieira, Alexandria, Lucrécia, Tabuleiro Grande, Francisco Dantas, Patu, Luís Gomes, Serrinha dos Pintos, Água Nova, Coronel João Pessoa, Martins, Doutor Severiano e Viçosa.

 

O evento foi bastante proveitoso e os conselheiros puderam sanar dúvidas sobre as suas atribuições no CAENa finalização do evento houve a entrega da Cartilha elaborada pelo FNDE/TCU para Conselheiros, além da entrega dos certificados aos participantes.

 

Confira fotos do evento:

 

 

Fonte: CECANE UFRN

Projeto #ComaBem aborda importância da alimentação em escolas de Brusque

Quando tinha quatro anos, o filho de Luiza Diener voltou da escola com um recado na agenda: ele tinha feito um \”pré-exame\” de visão na escola, que mostrou haver uma \”alteração\”. Junto com o recado… um folheto de propaganda de uma ótica, informando que alunos de escola pública tinham desconto.

 

\”Eu paralisei. Como assim fez um pré-exame de vista? Não tinha vindo nenhum aviso, nenhum pedido de autorização\”, conta ela, criadora de um blog sobre maternidade.

 

\”Quando fui buscá-lo no dia seguinte fui conversar com a diretora. Entrando na escola vi que perto da porta tinha um estande da ótica, um banner e um totem giratório cheio de óculos escuros e óculos de grau que as crianças estavam experimentando\”, recorda.

 

Meu filho não tinha nenhum problema de vista. E hoje ele continua sem ter\”, diz. \”Não era uma aula sobre saúde, era só propaganda\”, conta Diener, cujos filhos estudavam em escola pública em Brasília.

 

A publicidade direcionada para o público infantil é considerada abusiva pelo Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) desde 2014. E o Ministério da Educação tem uma portaria proibindo qualquer tipo de propaganda em escolas públicas.

 

No entanto, episódios como o relatado por Luiza Diener são extremamente comuns. As marcas usam das mais diferentes estratégias para garantir sua presença no ambiente escolar sem fazer propaganda direta, driblando a regulação.

 

Embora não veiculem anúncios, por exemplo, as empresas fazem oficinas com professores e alunos, atividades em sala de aula e até distribuem seus produtos para as crianças. Outras patrocinam eventos, promovem peças de teatro nas escolas, visitas à fábrica ou – como no caso da ótica de Brasília – supostos programas de saúde.

 

\”Normalmente as campanhas vêm como ações de responsabilidade social, são vendidas como atividades educativas ou culturais\”, diz Ekaterine Karageorgiadis, coordenadora do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, ONG que defende os direitos das crianças.

 

Diener conta que conversou com outra mãe cujo filho chegou em casa preocupado, achando que tinha problema de visão por causa do \”pré-exame\” – uma consulta no oftalmologista mostrou não haver problema algum.

 

Ficamos bem chateados. Escola não é lugar de propaganda, e publicidade não tem que ser direcionada para crianças\”, diz ela. \”A criança está em uma idade em que você está absorvendo tudo, que está construindo os gostos, a visão de mundo, o que considera essencial. Esse tipo de influência é negativa.\”

 

Atividade cultural ou campanha de marketing?

 

Em janeiro de 2018, o Alana denunciou a marca Bic ao Ministério Público de Minas Gerais por considerar uma de suas ações publicitárias como \”direcionamento abusivo de publicidade para o público infantil\”.

 

A Bic havia lançado um projeto chamado \”Escola de Colorir\”, cuja ideia era fazer atividades nas escolas das ensino fundamental em capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

 

 

Nas atividades, as crianças utilizavam diversos produtos da empresa: canetas, lápis de cor, papéis. \”A ação expõe massivamente os alunos a imagens, cores, logos e valores corporativos da empresa durante as atividades, que são propostas para serem feitas não apenas nas salas de aula, mas também em outros momentos como recreio ou no tempo de lazer em casa\”, diz o Alana na denúncia.

 

Em resposta, a Bic afirma que um de seus pilares é o “compromisso com a educação” e que faz “ações voltadas ao acesso à educação junto a comunidades locais”.

 

No Brasil, a empresa pauta todas suas atividades de acordo com a legislação (…) além de possuir um rígido código de conduta interno. O Projeto Escola de Colorir foi concebido respeitando tais preceitos”, defende a empresa em nota. Assim, não há violação às normas do conselho.”

 

O projeto Escola de Colorir foi terminado pela Bic | Foto: Divulgação/Bic

 

Para a nutricionista Ana Paula Bortoletto, do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), a discussão não pode ficar em cima de tecnicismos, já que as estratégias são usadas pelas marcas justamente para ter campanhas publicitárias que atinjam crianças sem desrespeitar formalmente as normas.

 

Ela defende que a legislação seja endurecida.

 

“De certa forma, essas campanhas com apresentação de produtos e grande presença das marcas são piores do que um comercial na TV voltado para crianças\”, diz Bortoletto. \”Você está expondo as crianças aos produtos, elas já vão memorizando, identificando, reconhecendo. As campanhas diretas costumam ser até mais agressivas, por estarem muito mais próximas às crianças e durarem mais tempo.”

 

Para o Alana, a publicidade para a criança é sempre disfarçada, uma vez que ela não tem o senso crítico para reconhecer que aquilo é uma mensagem comercial. Mas se veiculada no ambiente escolar, o problema é ainda maior.

 

“A mensagem vem de um espaço de autoridade. A autoridade do professor, da escola, fortalece a campanha publicitária”, diz Ekaterine Karageorgiadis.

Marcas disfarçam campanhas publicitárias de projetos educativos para entrar em escolas. Foto: GETTY IMAGES

A Bic não é a única marca a produzir campanhas do tipo.

 

A Danone teve duas grandes campanhas em escolas em 2016. Eles ofereciam curso de formação de professores, desenvolvimento de atividades em sala de aula para falar da importância de consumir produtos lácteos – setor de atuação da empresa -, distribuição de produtos didáticos e apresentação da peça O Fabuloso Mundo das Descobertas.

 

Em um único diálogo da apresentação, a palavra \”lácteos\” chegava a ser repetida mais de 15 vezes.

 

Em outro caso, no mesmo ano, a Sadia divulgou, com o chef britânico Jamie Oliver, uma ação chamada Saber Alimenta. O projeto piloto foi feito com 20 escolas e 56 professores, que receberam um treinamento da empresa sobre alimentação.

 

A BRF, empresa controladora da Sadia, diz que \”os professores foram capacitados para replicar conhecimento para crianças do Ensino Fundamental\” e que os materiais são voltados para os adultos e \”não fazem referência a nenhum produto da marca.\”

 

Segundo Ekaterine Karageorgiadis, é grave que as marcas impactem o currículo das escolas – mesmo se o produto da marca não for apresentado diretamente. \”A escolha do currículo tem que se basear em um projeto pedagógico planejado para ensinar as crianças a pensarem criticamente. Mas (com as campanhas) o conteúdo é apresentado com um viés e uma orientação mercadológica, não de maneira crítica\”, diz ela.

 

“Será que realmente interessa ficar seis meses falando sobre leite, sem em nenhum momento questionar se ele realmente é bom e necessário para todo mundo?”, afirma.

Jamie Oliver se tornou garoto propaganda da Sadia no Brasil | Foto: Divulgação/Sadia

Para Bortoletto, do Idec, o risco é supervalorizar um produto alimentício. \”No caso do leite, por exemplo, ele pode fazer parte de uma dieta saudável, mas não é obrigatório. Depende muito de qual é o leite. Se for uma bebida láctea cheia de açucar, pode fazer mais mal do que bem\”, diz ela.

 

“A criança precisa aprender a diferenciar um produto natural de um processado. A escola é um ambiente para elas aprenderem hábitos realmente saudáveis e pensamento crítico.”

 

No ano passado, o Ministério Público do Distrito Federal instaurou um inquérito civil para apurar o caso da Danone, que ainda não foi encerrado.

 

Procurada pela BBC Brasil, a Danone, que cancelou os projetos em 2016, diz que \”suas ações de comunicação atendem à legislação brasileira vigente e refletem a missão da companhia em levar saúde ao maior número de pessoas\”, e que sua campanha \”levou informação e conhecimento sobre a importância de uma boa alimentação de forma lúdica e gratuita às escolas de todo país.\”

 

Por sua vez, a Sadia afirmou que o conteúdo do seu programa \”está em conformidade com todas as legislações, regulamentações bem como regras aplicáveis ao setor alimentício e a publicidade de maneira geral\” e que \”assinou um Compromisso Público sobre Publicidade Responsável no qual se comprometeu a não realizar ações de merchandising de seus produtos nas escolas, sejam elas particulares ou públicas, direcionadas ao público infantil\”.

 

Ajuda ou exploração?

 

Outra estratégia muito usada pelas empresas é oferecer patrocínio – que vai desde promover campeonatos esportivos a se oferecer para comprar o material ou uniforme para crianças carentes em troca de divulgação da marca.

 

A Nestlé, por exemplo, tem há anos parcerias para promover campeonatos esportivos em escolas das redes pública e privada. Os eventos tinham exposição de logos e imagens de Nescau em banners e painéis, distribuição de medalhas, troféus e uniformes com o nome e o símbolo da marca, e distribuição de produtos da Nestlé aos presentes no evento.

 

Falta de estrutura e recursos faz escolas públicas aceitarem ‘qualquer ajuda’, diz diretora Foto: Rovena Rosa/Ag. Brasil

 

A empresa afirma que reformulou algumas ações da competição, procurando outros espaços para a sua realização – costumavam ocorrer nos CEUs (Centros de Artes e Esportes Unificados). Segundo a multinacional, os eventos agora não acontecem mais em nenhum ambiente relacionado à educação.

 

“Reforçamos, ainda, que a participação dos jovens na Copa Nescau® é condicionada à autorização dos responsáveis. Além disso, diversas melhorias vêm sendo desenvolvidas no formato da competição para reforçar o caráter de socialização do evento”, diz a companhia em nota.

 

“A Nestlé Brasil informa que segue rigorosamente a legislação vigente no país e está entre as empresas pioneiras no mundo na adoção de parâmetros mais rigorosos para divulgar seus produtos ao público infantil”, conclui.

 

O lado da escola

 

A questão das campanhas se torna mais complicada no caso do patrocínio, uma vez escolas públicas muitas vezes têm carência de investimento e problemas na infraestrutura – ou seja, acabam tendendo a aceitar qualquer \”ajuda\” que possam receber.

 

A BBC Brasil conversou, sob a condição de anonimato, com a diretora de uma escola municipal de São Paulo que recebeu ações publicitárias em 2013 e 2015. Ela falou sobre um dos casos.

 

\”A exposição (das crianças às marcas) não é o melhor dos mundos. Mas estávamos sem aulas de educação física porque a quadra estava em péssimo estado. Resolvemos participar da ação porque tinha um prêmio em dinheiro que seria muito útil para a escola\”, diz a diretora. \”Nossa falta é tanta que a gente acaba aceitando certos negócios para dar um mínimo de condição para os alunos\”, afirma. Tratava-se de um concurso – e o colégio acabou não ganhando.

 

A empresa alimentícia Tirol promoveu uma competição parecida em 2016. Alunos deveriam criar brinquedos utilizando materiais recicláveis – de preferência, segundo o regulamento, embalagens de \”leite longa vida Tirol, caixinhas do suco Frutein, bebida láctea Fibrallis e achocolatado Tirolzinho\”. As crianças vencedoras ganharam um bicicleta e uma mochila cheia de achocolatados. E sua escola, um prêmio de R$ 18 mil.

 

Procurada pela reportagem, a Tirol \”diz que está no mercado desde 1974, sempre prezando pela qualidade dos produtos e bem-estar dos consumidores\”, e que já prestou esclarecimentos sobre o projeto para o Ministério Público do Estado.

 

Mas para especialistas, ativistas e alguns pais, aceitar investimento de marcas é a forma errada de atacar o problema – principalmente no caso de crianças pequenas.

 

\”Não podemos deixar que a necessidade de suprir essa falta seja uma justificativa para cercear outros direitos das crianças\”, diz Ekaterine Karageorgiadis, do Alana.

 

Para Bortolotto, do Idec, é preciso que haja investimento e políticas públicas para resolver os problemas nas escolas com dificuldades.

 

\”E mesmo na privada, as decisões sobre currículo e os alimentos a que as crianças têm acesso precisam ser parte de um projeto que coloca o interesse e bem-estar das crianças em primeiro lugar\”, diz a nutricionista. \”Não é algo que pode ficar à mercê das estratégias de marketing das indústrias.\”

 

Reportagem: Redenutri

 

Fonte: BBC Brasil