Município de Santa Maria aumenta percentual de compras da agricultura familiar

A participação popular e da democracia participativa e sua importância para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é representada pelo Conselho de Alimentação Escolar (CAE). Em Santa Maria, o CAE da gestão atual participou ativamente  na colaboração da boa execução do PNAE.

De acordo com que estabelece a Lei 11.947/2009, os repasses realizados pelo Governo Federal para os Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, são um complemento ao que é investido por estes. Os Conselheiros de alimentação escolar levaram ao conhecimento da Gestão Municipal sobre isso, visto que, em Santa Maria não havia investimento na Alimentação Escolar, ou seja, contava-se única e exclusivamente com o repasse do Governo Federal, e isto foi debatido por diversas vezes no Conselho tentando buscar uma forma de sensibilizar o Poder Público Municipal.

Foi após a visita de uma agente representante do FNDE, ao realizar uma pesquisa Nacional com diversas prefeituras, analisando a aplicação dos recursos oriundos do PNAE, bem como os valores repassados por estas à alimentação escolar, que o Conselho constatou que Santa Maria era a única cidade analisada que não repassava nenhum valor do Recurso Livre para a Alimentação Escolar. Este fato surpreendeu os Conselheiros e os desafiou a mudar esta realidade.

A primeira atitude do CAE foi chamar uma reunião com os(as) seus(suas) membros(as) para apresentarem esses dados e planejarem uma estratégia de ação. No planejamento foi procurado o apoio do Poder Legislativo local e posteriormente foi solicitada uma reunião com a Secretaria de Educação para que fosse possível apresentar os resultados da pesquisa e buscar uma solução.

Como resultado dessas ações, foi obtido apoio total da comissão de educação da Câmara de Vereadores e Vereadoras, bem como o comprometimento da Secretaria de Educação em buscar alternativas no sentido de atender a reivindicação do CAE.

Uma conquista dessas ações foi que no ano de 2022 foi feito um aporte de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) por parte da Prefeitura em complemento ao Programa Nacional de Alimentação Escolar e a promessa de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para 2023.

Outra conquista obtida foi que 70% deste recurso seria utilizado para compra de produtos da Agricultura Familiar, sendo que em Santa Maria o percentual dos recursos oriundos do repasse do Governo Federal utilizados para compra da Agricultura Familiar  era de 40%.

Este breve relato tem por objetivo demonstrar a importância e força do CONTROLE SOCIAL, e assim incentivar a formação de mais CAEs e demonstrar que através de uma organização, da busca por formação (e nisso se destaca o papel fundamental do CECANE) e da persistência, é possível avançar muito no processo de consolidação da Democracia Participativa no Brasil.

“A alimentação escolar como mídia poderosa”- Escolhas saudáveis para além da escola: o que aprendemos com o PNAE?

A influência que a mídia exerce em nossas vidas tem um alcance que ultrapassa, muitas vezes, a  consciência das escolhas que fazemos. Importante salientar que estas escolhas, sem maior reflexão,  impactam na vida e na saúde da população em geral, mas principalmente na saúde das crianças e jovens,  que estão mais expostos a este tipo de influência. Em contrapartida, o PNAE tem trazido, a partir das  legislações mais recentes, a obrigatoriedade de um cardápio predominantemente com alimentos in natura e minimamente processados, com os nutrientes necessários para a nutrição e pleno desenvolvimento das  crianças e jovens. Pensando nisto, o Grupo de Educação Alimentar de Xangri-Lá formado pela  Juliana Favero Guilherme, nutricionista do  PNAE, Louise Barbosa, estagiária de nutrição, Adriana Ribeiro Leal, extensionista da EMATER e Presidente do CAE e Fabiane Luísa Hinnah ,  Veterinária do SIM e conselheira do CAE, além da Orientadora e professoras da escola Nayde Emerin Pereira  desenvolveram um trabalho intitulado, “A alimentação escolar como mídia poderosa”, com alunos dos  6º e 7° anos da EMEF Nayde Emerin Pereira, de Xangri-Lá.  

O objetivo foi apresentar como a mídia veicula propagandas ilusórias sobre os alimentos, induzindo as  crianças e suas famílias à uma alimentação inadequada e repleta de alimentos ultraprocessados. Em  contrapartida mostrar como a alimentação oferecida no ambiente escolar, de acordo com as diretrizes do  PNAE, interfere de maneira positiva no hábito alimentar dos alunos e de seus familiares, servindo de incentivo  para escolhas alimentares mais saudáveis.  

Pensando nisso, o grupo de educação alimentar e nutricional junto com as professoras das turmas,  orientadora da escola e os alunos reuniram-se na sala de vídeo onde foi feita uma conversa e exibido dois vídeos sobre os malefícios do açúcar e da alimentação baseada em ultraprocessados, posterior a isso  foram apresentadas várias propagandas de alimentos. A ideia inicial foi promover uma reflexão sobre a influência da publicidade nos hábitos alimentares através de questionamentos sobre quais alimentos  estavam envolvidos na publicidade, qual público eram destinados os alimentos, quais os interesses,  desejos e sentimentos eram despertados pelas propagandas.  

O grupo então instigou os alunos a criarem as próprias propagandas, utilizando como base as propagandas  e vídeos apresentados, só que para alimentos saudáveis. Os alimentos escolhidos foram abacate, ovo,  água, vitamina de morango, sanduíche natural, banana, feijão e brócolis. Com seus produtos em mãos, os  alunos criaram cartazes propaganda demonstrando as qualidades e benefícios de tais alimentos de forma  criativa e divertida, de modo a estimular o seu consumo. As propagandas foram apresentadas em uma  segunda data e posteriormente foram transformadas, pela equipe de mídias sociais, em propagandas de  verdade e publicadas nas redes sociais da prefeitura.  

Muito ainda precisa ser feito para diminuir a influência perniciosa da mídia nas escolhas alimentares dos  jovens e população em geral, porém consideramos que essas reflexões foram muito positivas na medida em que os alunos puderam verificar que a qualidade do que é servido a eles na alimentação escolar realmente vem a agregar saúde e diversidade em suas dietas. O Programa Nacional da Alimentação Escolar vem contribuindo muito para isso na medida que vem adicionando resoluções mais efetivas, como  a do FNDE n°06 de 2020 no sentido de direcionar as compras e composição do cardápio. 

Percebe-se que existe um longo caminho a ser percorrido para que as mudanças reais aconteçam de  forma generalizada, porém cabe aos atores sociais auxiliarem nesse caminho, incentivando o consumo de  alimentos regionais, locais e in natura ou minimamente processados, executando ações de Educação  alimentar e nutricional periodicamente com todas as faixas etárias dos escolares. 

Para o conselho de  alimentação escolar de Xangri-Lá, atuar nessa esfera da educação nutricional foi recompensador, isso mostrou que o Conselho atuando nessa área reflete na política de alimentação escolar como um todo e, principalmente ao trabalhar com os alunos, fez o conselho visualizar a efetivação do seu trabalho e a sua importância. Desse modo poderemos reverter os efeitos negativos que a publicidade de alimentos  industrializados direcionado para as crianças e jovens vem acarretando e talvez alcançar o mais  importante, a formação de indivíduos que sejam críticos e condutores de suas escolhas a partir de uma  visão da construção da saúde através da ingestão de alimentos que realmente venham a contribuir para  a formação e manutenção de uma vida sadia.

Horta Escolar como Ferramenta de Educação Alimentar e Nutricional

O Projeto Horta Urbana: Construindo Sabores sob a União de Mãos Comunitárias é um braço de um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): Segurança Alimentar e Nutricional no Contexto da Realidade Social, Saberes e Sabores, o qual é executado na Instituição Associação de Moradores e Amigos da Vila Tronco Neves e Arredores (AMAVTRON), que atua na comunidade da Vila Cruzeiro, localizada no Bairro Santa Tereza, Zona Sul de Porto Alegre há 36 anos.

O projeto tem como objetivo desenvolver por meio de produção de hortas urbanas, estratégias para incentivar a alimentação saudável e sustentável assim promovendo segurança alimentar e nutricional da comunidade escolar e arredores. Inicialmente, por meio de reuniões com a instituição e membros envolvidos estabeleceu-se uma relação de interesse na realização do projeto, visto o alcance que pode tomar e os conceitos de grande valor envolvidos. Em plena fase de implementação este projeto já é um sucesso.

A instituição conta com atendimento de educação infantil, na qual, vem conseguindo envolver coordenação, equipe pedagógica, manipuladoras de alimentos, pais, familiares e amigos. O projeto está criando uma rede de apoio para que a horta na escola continue sendo mantida ao longo dos anos. Na escola não havia canteiro para a plantação, logo a proposta foi construir a horta inteiramente com materiais não estruturados e recicláveis, como canos de PVC, garrafas pets, caixas, pneus, paletes. Todo o material usado vem sendo fornecido pela comunidade escolar através de doações.

A equipe de nutrição envolvida diretamente no projeto é composta por: uma nutricionista Agente do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CECANE UFRGS), Amanda Souza Silva Sperb, duas alunas do curso de nutrição da UFRGS, Flaviana Mourelhe Cardoso e Eliséia Girard, sob a coordenação da professora do curso de nutrição da UFRGS, Luciana Dias de Oliveira. Além da equipe de nutrição envolvida há também todo o apoio na execução da equipe da instituição AMAVTRON composta por: Diretora Josiane Soares Cardoso da Silva; Coordenadora Pedagógica Nichole Rarumy da Silva Chagas; Educadoras Camila Fogaça Pacheco, Janaína Gonçalves da Silva, Lucimara Trindade Flores, Tassiane Elenice Toazza, Simone de Oliveira Nolasco, Jérika Rodrigues Pedroso, Jéssica Desirê Prates Souto, Adriane Lacerda Carvalho, Thalita da Silva, Elizandra Correia Munhoz, João Diego da Silva Ferreira, Juliana Venâncio Alves Dely; Nutricionista responsável técnica Karina Rodrigues de Souza e manipuladoras de alimentos Aline Silveira Castro, Marília Ferrão Almeida e Letícia Lima Peres. A escola tem como dirigente o senhor Luciano Soares Cardoso e a senhora Jéssica Soares Cardoso como vice dirigente.

Em parceria, unidas pelo nobre propósito, ambas as equipes vêm desenvolvendo estratégias para otimizar a participação dos alunos diante do espaço, do tempo e dos recursos disponíveis. Para os menores o foco tem sido a familiarização com as hortaliças com menor preocupação em consolidar o manejo mais adequado. Já com os maiores, além dessa importante familiarização, há também essa transmissão de saber mais técnico como meio de envolver e despertar o interesse dos mesmos. Estão ocorrendo encontros mensais com a participação de todas as turmas desde o berçário até o jardim. Durante os encontros já foram plantadas: mudas de tomate, alface, espinafre, salsa, radite, couve, beterraba e, também, sementes de beterraba, cenoura, rúcula, agrião, rabanete e tomate. Na última atividade acompanhada pela equipe do projeto, os alunos do maternal fizeram a colheita de alface e também receberam, de forma lúdica, orientações de segurança alimentar sobre procedimentos importantes de higiene dos alimentos. Após esse momento levaram a colheita até a cozinha e entregaram às manipuladoras de alimentos para a inserção no cardápio.

O projeto pretende deixar para a escola, não apenas a horta, mas também um mural com registros de momentos vivenciados, a organização de um kit hortas com materiais para serem utilizados nas atividades e um livro com propostas pedagógicas que explorem os sentidos através das artes (música, teatro, pintura) para servir de sugestão às atividades relacionadas a horta – ” Nossa Horta na Escola”. Todas as atividades vêm sendo construídas de forma coletiva e levando em consideração as peculiaridades do local. Espera-se que a horta seja, de fato, uma ferramenta de Educação Alimentar e Nutricional promovendo melhoria na qualidade da alimentação escolar e indo além, construindo uma rede cada vez maior de pessoas envolvidas no projeto.

Escolas municipais de Santa Cruz do Sul terão uma alimentação escolar ainda mais saudável

Com a finalidade de adquirir produtos orgânicos a prefeitura do município de Santa Cruz do Sul firmou contrato com uma cooperativa ecológica de certificação orgânica para compor o cardápio da alimentação escolar, a Ecovale. No mês de julho ocorreu a primeira entrega de frutas e hortaliças e a partir deste momento, boa parte das frutas, vegetais e legumes consumidos pelos alunos que compõem as escolas da rede municipal estarão totalmente livres de agrotóxicos.

O município conta com 47 escolas da rede municipal e ao todo são distribuídos cerca de 29 mil pratos diariamente, totalizando 5,8 milhões de refeições ao longo do ano letivo. A nutricionista da Secretaria de Educação Elizabeth Rodrigues destaca que uma alimentação saborosa e nutritiva ajuda a melhorar o rendimento escolar, sendo também a fase escolar a melhor época da vida para promover hábitos alimentares saudáveis. A merenda escolar também contribui para o desenvolvimento físico e cognitivo dos educandos.

Como resultado desta ação espera-se validar as leis federais que incentivam a compra de alimentos da agricultura familiar, sendo que 30% dos alimentos para a alimentação escolar devem ser adquiridos diretamente da agricultura familiar, com prioridade aos gêneros alimentícios orgânicos e/ou agroecológicos.

Projeto de Segurança Alimentar e Nutricional no PNAE em Mostardas

A equipe de pesquisadores do CECANE UFRGS apresentou, em reunião junto à Secretaria Municipal de Educação do Município de Mostardas, a EMATER local e os fornecedores da agricultura familiar local, representados pela COOPTRAM e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o projeto que foi desenvolvido em Mostardas juntamente com a Universidade do Rio Grande do Norte e seus resultados, o qual avaliou a inserção de alimentos da sociobiodiversidade na alimentação escolar do município.

O projeto apresentado intitula-se: Alimentação adequada e saudável no contexto da alimentação escolar: difusão do consumo de produtos da Sociobiodiversidade regional. Este projeto teve como objetivo difundir práticas de alimentação saudável em escolas e o desenvolvimento local/regional por meio da inclusão de alimentos da sociobiodiversidade provenientes da agricultura de povos e comunidades tradicionais.

Os alimentos avaliados no Rio Grande do Sul, no município de Mostardas, foram feijão sopinha e farinha de milho catete produzidos localmente, com as preparações de feijão sopinha e bolo de milho catete. Entre as atividades realizadas no projeto, destaca-se o teste de aceitabilidade aplicado nas duas preparações citadas.

Conforme os testes aplicados, os resultados em relação a aceitação do feijão sopinha foi superior a 80% (gostei/adorei) e o bolo de milho catete foi superior a 95% (gostei/adorei).

Estes resultados demonstram a potencialidade de inserção destes alimentos na Alimentação Escolar.

A partir dos dados encontrados e, considerando as diversas possibilidade de alimentos oriundos da agricultura familiar e da sociobiodiversidade da região, foi proposto a continuidade do projeto na inserção de atividade de extensão da Universidade sob o título: Segurança Alimentar e Nutricional no contexto da realidade social: Saberes e Sabores. O objetivo é desenvolver, através da pesquisa de alimentos da sociobiodiversidade, estratégias para promover a segurança alimentar e nutricional no contexto comunitário. E dessa forma, contemplar, na medida da possibilidade de produção, além dos alimentos já testados (feijão sopinha e farinha de milho catete), uma variedade de alimentos e preparações a partir deles, como: mandioca figueira, arroz quilombola, feijão miúdo, banana do mato, araruta, ananás, entre outros.

Após as preparações já desenvolvidas e testadas, planeja-se a confecção de um e-book (livro em suporte eletrônico para a distribuição via internet) contendo as receitas elaboradas. Há a previsão de oficinas para a formação de manipuladores de alimentos que atuam na rede municipal de Mostardas, assim como análise de composição química e rotulagem dos alimentos em questão.

 

Nova resolução do PNAE: Da manutenção a ascensão na aquisição de produtos oriundos da agricultura familiar no município de Vera Cruz.

A relevante e necessária mudança trazida pela Resolução n° 6 de 8 de maio de 2020, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, traz o desafio e a necessidade da manutenção da compra da agricultura familiar pelas entidades executoras (municípios e estado),  assim como como oportuniza a aquisição de novos produtos da agricultura local. Considerando as alterações da Resolução FNDE nº06/2020, o município de Vera Cruz buscou atender as indicações, adequando os cardápios aos produtos já existentes na Agricultura Familiar, promovendo ainda inovações, baseadas no potencial das agroindústrias do município, a fim de contribuir para seu fomento.
Através de uma reunião com os agricultores locais, a Secretaria Municipal de Educação, sob organização da nutricionista responsável técnica, Caroline Ortolan, delineou de forma conjunta, estratégias e direcionamentos, a fim de manter a compra da agricultura familiar do município e ampliar a aquisição, com a introdução de novos produtos, mediante chamada pública: Aumento da frequência de entrega de mercadorias da agricultura familiar para semanal, por meio de contratação de transporte terceirizado; Ampliação e fomento da variedade de alimentos in natura e minimamente processados; Determinação de como alimento regional doce o mel, melado e schimier já existentes na agricultura familiar local, retirando preparações doces do cardápio sem essa influência; Ampliação da oferta de refeições nas escolas em período parcial para duas refeições, a fim de contemplar a máxima permissão de panificados nos cardápios, além do direcionamento das agroindústrias de panificados com inovações como elaboração de produtos sem adição de açúcar (bolo integral de frutas, pizzas e pães) e diferenciados para contemplação da alimentação de crianças com necessidade alimentar especial (alérgicos, intolerantes, diabéticos e fenilcetonúricos); Direcionamento da agroindústria de massa, ampliação na venda, com a elaboração de massa de panqueca congelada sabor tradicional, cenoura e espinafre; Inserção da seleta de legumes processada, para elaboração de preparação salgada com mais praticidade; Substituição do extrato de tomate industrial adquirido via licitação por molho de tomate; Direcionamento das agroindústrias de doces e rapadura para a elaboração de geleia de fruta sem açúcar e pasta de amendoim respectivamente, para acompanhamento do pão nas refeições oferecidas; Substituição do embutido “mortadela” adquirido via licitação, por linguiça suína; Inserção de noz pecã processada em acompanhamento com as frutas para ampliação do aporte nutricional; Ampliação de sabores de suco, com aquisição de polpa de fruta congelada e sucos pasteurizados; Substituição parcial de óleo de soja adquirido via licitação por banha suína, respeitando os limites de gordura saturada trazidos pela nova resolução.
Como resultado dessas ações, o município de Vera Cruz atingiu o uso de 100% do recurso Federal com aquisição de alimentos oriundos da agricultura familiar local, além da complementação com recursos próprios do município; Inserção de mais de 20 novos produtos nos últimos dois anos, no âmbito do PNAE. Atualmente, o Município de Vera Cruz – RS, ocupa a 7° colocação no Estado em municípios com o maior número de agroindústrias: Aumento de 85,71% em menos de 10 anos.

OFICINA CULINÁRIA UTILIZANDO O BUTIÁ NO CONTEXTO DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: relato de experiência do município de Encruzilhada do Sul/RS

Organização: nutricionistas Clarissa Vrobleski Bicca (Responsável Técnica) e Analie
Nunes Couto (Quadro Técnico) do município de Encruzilhada do Sul/RS.
Elaboração do texto: relato elaborado pela nutricionista Analie Nunes Couto.
Contato: analiecouto@hotmail.com

Com a finalidade de inserir o consumo de butiá – fruta nativa da Região Sul do país e
comum no município de Encruzilhada do Sul – na alimentação de alunos das escolas
municipais, no dia 11 de maio de 2022 foi realizada uma oficina culinária com as
funcionárias responsáveis pela preparação da alimentação dos escolares. A oficina foi
realizada em um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) de Encruzilhada do Sul e
comandada pelo projeto Rota dos Butiazais, da Embrapa Clima Temperado, que busca
valorizar os butiazeiros, utilizando a fruta no preparo de pratos culinários e bebidas. O
projeto age no fortalecimento da cadeia produtiva do butiá associada à recuperação da
vegetação nativa do Bioma Pampa. Além do nosso município, outros 57 compõem a Rota
dos Butiazais.
O butiá é um fruto rico em vitamina C, potássio, carotenoides e outros antioxidantes,
nutrientes importantes no desenvolvimento dos escolares. A oficina contemplou as
seguintes etapas: planejamento da oficina, execução da oficina e degustação das
preparações, e teve início a partir de uma roda de conversa para apresentar as ações do
projeto Rota dos Butiazais, orientações sobre a composição nutricional da fruta e a
utilização em preparações na prática culinária cotidiana, possibilitando a troca de saberes,
seguida pela execução das preparações culinárias e degustação. Durante a oficina, foram
preparadas as seguintes receitas: galinhada com butiá, maionese de butiá e, como
sobremesa-surpresa, um flan de butiá, pelas chefs de cozinha do projeto. Participaram da
atividade 13 mulheres. Na roda de conversa, observou-se grande interesse e troca de
saberes entre as participantes, assim como o resgate de memórias culinárias afetivas. As
preparações tiveram boa aceitação e observou-se o desejo em reproduzi-las nas escolas,
segundo a recomendação do Programa de Alimentação do Escolar.
A oficina culinária pode ser uma importante ferramenta para articular a comunidade
escolar, fomentando e promovendo não só a educação alimentar e nutricional, mas
principalmente a inclusão produtiva desta fruta para a alimentação saudável.

1º Encontro Crescer Saudável promove integração entre profissionais da educação e da saúde de nove municípios gaúchos da 1ª e 2ª CRS

No dia 6 de novembro ocorreu, em Porto Alegre, o 1º Encontro Crescer Saudável: saúde e educação unidas promovendo hábitos saudáveis no ambiente escolar. O encontro foi promovido pela 1ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), em parceria com o Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CECANE UFRGS) e contou com o apoio da área técnica de Saúde Nutricional da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS/POA).

O objetivo de Encontro foi proporcionar um momento de integração entre profissionais da educação e da saúde dos nove municípios prioritários do Programa Crescer Saudável, pertencentes à 1ª e 2ª CRS, sendo eles: Alvorada, Campo Bom, Canoas, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, São Leopoldo, Taquara e Viamão, a fim de discutir sobre a saúde dos escolares e a promoção de hábitos saudáveis no âmbito escolar.

Assim, participaram do encontro representantes das secretarias de saúde e educação dos nove  municípios, bem como coordenadores e assessores pedagógicos, diretores e vice-diretores, professores, nutricionistas, membros do CAE, merendeiras, técnicos em nutrição e em saúde bucal, agentes comunitários de saúde, enfermeiros, psicólogos, dentistas, residentes e estudantes, reunindo cerca de 160 participantes.

Após a abertura do evento, realizada pela fala nutricionista Ana Romero, Coordenadora Regional da Política Alimentação e Nutrição (PAN) da 1ª região, os participantes assistiram a versão resumida do vídeo “Muito Além do Peso” (2012), seguido de uma mesa redonda composta pela psicóloga Tania Beatriz Marques,  nutricionista Cíntia Costa e  dentista Annicele Gameiro. O debate em torno da saúde dos escolares foi muito rico, onde as profissionais trouxeram muitas contribuições das suas áreas de atuação.

A psicóloga Tânia iniciou a mesa tratando sobre a ambivalência de afeto e alimento, a necessidade de trabalhar mudanças de hábitos com a família e o desafio de lidar com o fato de muitas vezes a informação não ser suficiente para levar a uma mudança de comportamento. A nutricionista Cíntia deu continuidade ao debate trazendo dados relevantes sobre a Avaliação Nutricional de crianças de 0 a 6 anos da capital gaúcha e suas experiências no município, falando sobre os projetos “Amamentar é Tri: garantindo o direito à alimentação saudável desde pequenininho” e “Até dois, doce não”. Cíntia também abordou sobre a importância de empoderar os pais com informações e sobre a nova rotulagem de alimentos. Já a dentista Annicele enriqueceu a mesa com a sua realidade como ondotopediatra, abordando a importância da conscientização através de informações inter-relacionadas entre dieta e saúde bocal, esclarecendo os malefícios sobre o excesso de ingestão de açúcar, formação de cáries, periodontites e ocorrência de diabetes.

Após o debate, o painel “Políticas Públicas para a promoção da alimentação saudável na escola: PNAE; PSE; Crescer saudável”, conduzido pelas nutricionistas Ana Luiza Scarparo e Ana Luisa Lovato, contextualizou as políticas públicas para a promoção da saúde e da alimentação saudável no ambiente escolar.

A manhã de debates ainda contou com as falas “Educação Alimentar e Nutricional no ambiente escolar: avanços, desafios e possibilidades”, com Ana Luiza Scarparo e  “Comer, brincar e crescer saudável”, com Tânia Beatriz Marques.

A tarde do Encontro contou com as apresentações dos relatos de experiência dos Municípios do Grupo de Trabalho do Crescer Saudável, contribuindo para a sensibilização e motivação para a promoção da saúde e da alimentação saudável de todos presentes. Os Relatos de experiência foram:

    • Guaíba: Experiências no Programa Saúde na Escola (PSE): produzindo saúde com a escola;

    • Bento Gonçalves: Promoção da alimentação saudável na escola, com foco nos manipuladores de alimentos e a experiência da merendeira Daniela na alimentação escolar, no concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar e no Programa Super Merendeiras, onde Daniela emocionou os ouvintes falando de suas escolhas, experiências e vivências como merendeira. Daniela também sensibilizou a todos com o seu relato sobre a viagem à Republica Dominicana (uma das premiações do concurso), falando sobre outras realidades e experiências no contexto da alimentação escolar.

    • Taquara: Educação Alimentar e Nutricional através da música e Plantas alimentícias não convencionais (PANC) na alimentação escolar: desafio para introdução e trabalho com professores com PANC como ferramenta pedagógica;

    • Campo Bom: Experiências do setor de nutrição das secretarias de educação e saúde, na promoção de bons hábitos alimentares em escolares;

    • Viamão:  PANC no contexto escolar, EMEF Guerreiro Lima;

    • Canoas: Hábitos Alimentares Saudáveis na Escola, EMEI Profª Terezinha S. Tergolina;

    • Gravataí: Construção do PSE no município;

    • Alvorada: 1º concurso lanche saudável na escola;

    • Porto Alegre: Pequenas Grandes Ações na Educação Infantil, EMEI Maria Marques Fernandes.

No final do Encontro ainda houve sorteio de materiais disponibilizados pela equipe do CECANE UFRGS.

Além da troca e integração durante o encontro, uma equipe composta por um representante de cada município, encontra-se mensalmente afim de elaborar o planejamento do Programa de Educação Permanente para promoção da alimentação saudável no ambiente escolar, onde os esforços entre secretarias possam ser unificados em relação a vigilância alimentar e nutricional dos escolares no combate ao sobrepeso e obesidade infantil.

Sem dúvidas o evento foi um sucesso e irá gerar frutos para a realização de ações para o enfrentamento da obesidade a curto, médio e longo prazo.

Confira algumas fotos do evento:

Fonte: REBRAE

Curso EAD Alimentação Saudável na Escola

curso EAD “Alimentação Saudável na Escola” tem como objetivo proporcionar conhecimento e atualização sobre a promoção da alimentação saudável no ambiente escolar e sensibilizar profissionais e estudantes de diferentes regiões brasileiras, tanto na área de Nutrição (Nutricionistas) e de Educação (Diretores, Coordenadores Pedagógicos, Professores), assim como demais interessados dentro e fora da comunidade escolar, para o desenvolvimento de ações de educação alimentar e nutricional.

Justificativas para a temática do curso: os índices crescentes de sobrepeso, obesidade e doenças associadas à má alimentação da população, principalmente em crianças e adolescentes; a infância como fase em que os hábitos alimentares estão sendo formados; a função pedagógica da alimentação escolar; as recomendações nutricionais para aprimorar a qualidade da alimentação ofertada no ambiente escolar; a escola ser reconhecida como um espaço propício para a formação de hábitos alimentares saudáveis; a necessidade de sensibilizar os envolvidos com a alimentação escolar para o desenvolvimento de ações de educação alimentar e nutricional, etc.

Este curso é uma parceria Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Escolar – CECANE/UFRGS e Secretaria de Educação a Distância – SEAD/UFGRS. Não há pré-requisitos para acessar o curso, oferecendo assim a oportunidade de ampliar conhecimentos de um grande número de pessoas e possibilitar o acesso de profissionais de diferentes regiões brasileiras.

Seja bem vindo (a) e aproveite!

Município de Cachoeiro/ES estuda melhorias no processo de compra de produtos da agricultura familiar

Ontem, dia 03 de julho, foi aprovado, por unanimidade, o Projeto de Lei nº 23 /2016 que dispõe sobre a promoção da alimentação saudável e proíbe a comercialização de produtos que colaborem para a obesidade, diabetes, hipertensão, em cantinas e similares instalados em escolas públicas e privadas do Estado do Rio Grande do Sul.

Conforme o Art. 4º, passa a ser proibido a comercialização dos produtos no ambiente das escolas de educação infantil, de ensino fundamental e médio das redes pública e privada de ensino:

 

I – balas, pirulitos, gomas de mascar, biscoitos recheados;

II – refrigerantes e sucos artificiais;

III – salgadinhos industrializados;

IV – frituras em geral;

V – pipoca industrializada;

VI – bebidas alcoólicas;

VII – alimentos industrializados cujo percentual de calorias provenientes de gordura saturada

ultrapasse 10% (dez por cento) das calorias totais;

VIII – alimentos em cuja preparação seja utilizada gordura vegetal hidrogenada;

IX – alimentos industrializados com alto teor de sódio.\r\n\r\n

Essa normatização da alimentação em escolas tem o objetivo de prevenir e controlar a obesidade infantil e doenças crônicas não-transmissíveis.

 Atualmente, a obesidade pode ser considerada o principal problema de saúde infantil nas nações desenvolvidas e avança também nos outros países. O Rio Grande do Sul é o estado com a maior prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. Entre as crianças de 5 a 10 anos, o sobrepeso é de 19,65% e em adolescentes atinge 21,51%. Já a obesidade atinge 17,39% das crianças e, 12,65% dos adolescentes gaúchos (SISVAN 2015). Dados alarmantes tendo em vista que a obesidade infantil é um fator de alto risco para a obesidade entre os adultos, pois setenta a oitenta por cento dos adolescentes obesos tornar-se-ão adultos obesos.

Através da proibição da comercialização desses produtos nocivos à saúde, o projeto de lei busca levar as escolas a oferecerem produtos mais saudáveis, como  frutas, sucos e sanduíches naturais. Assim, busca-se que as crianças recriem seus hábitos alimentares e influenciem positivamente os pais em casa.

Clique aqui para acessar o texto completo da Proposição

Para se tornar lei, o projeto ainda precisa ser sancionado pelo governador do Rio Grande do Sul.

Fonte: Site da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul